sábado, 12 de maio de 2007

Oração do Jornalista

Galerinha, uma vez caiu na minha mão a tal "oração do jornalista". Hilária. Encaminhei para uma colega jornalista, mas o vírus fez o favor de formatar a caixa postal dela... e eu não guardei cópia.

Então, resolvi escrever a minha versão. OREMOS:

EDITOR-NOSSO QUE ESTAIS NO 11º ANDAR,
SANTIFICADA SEJA NOSSA PAUTA.
VENHA A NÓS O NOSSO SALÁRIO,
E SEJA PUBLICADA A NOSSA MATÉRIA,
ASSIM NA CAPA COMO NO SUPLEMENTO.
A FOLGA NOSSA NOS DAI HOJE,
E PERDOAI NOSSAS CALÚNIAS, DIFAMAÇÕES E INJÚRIAS,
MAS LIVRAI-NOS DO PLANTÃO DO FIM-DE-SEMANA,
AMÉM.

A cantada do jornalista

Você aí, já pensou como deve ser um jornalista passando aquele caô na estagiária peitudinha da editoria dele?

(imagine a cena: o cara com voz de locutor de rádio metido a gostosão)

- E daí, gata, qual é a pauta pro fim-de-semana?

- Tô muito a fim de sair numa ronda contigo essa noite, pegar um barzinho, cineminha...

- Você dá um belo furo de reportagem, sabia?

- Quero fazer um jornalismo investigativo contigo, pra descobrir se você vale a manchete ou se é só conversa de press-release...

- Combinado, então? Passi aí pra te buscar depois do plantão...

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Um clique da alma


Essa foto e a anterior são de autoria de Henri Cartier-Bresson, o pai do fotojornalismo e um dos mais importantes fotógrafos da Humanidade.

Porque uma imagem vale mais... você sabe


quarta-feira, 9 de maio de 2007

Santa paciência...

Em homenagem ao Papa, sumo Sacerdote da igreja católica, que acaba de chegar ao Brasil e não beijou o chão (duplo sentido), insisto em fazer a pergunta que não quer calar (jargão) :
Sexta feira, será ou não feriado?
Poxa! num é todo dia que um brasileiro é canonizado, e além do mais, teremos mais uma razão para burlar a prática capitalista de trabalhar até ficar corcunda, a exemplo do Papa (duplo sentido).

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Filosofia de botequim

Se você ainda acha que Sócrates foi um centroavante do Corinthians e que Francis Bacon foi o inventor do toicinho defumado, está na hora de rever seus conceitos sobre filosofia. E o pior lugar para isso é este artigo.

A Antigüidade, por exemplo, foi uma época em que a moda era morar na Grécia, trajar túnicas e filosofar o dia inteiro. Lá pelo século VII a.C, surgiram os Pré-Socráticos, movimento hippie cujo destaque foi a banda de rock psicodélico Os Pitagóricos.

Sócrates aparece no século V a.C quebrando paradigmas: foi o primeiro filósofo a se apresentar com um nome descomplicado (basta lembrar de Xenófanes, Empédocles, Anaxágoras e outros). A época era de rápidas transformações culturais: a dupla sertaneja Platão e Aristóteles emplacou muitas músicas de sucesso na linha “country grego”, como “A República”, “O Banquete”, “Organon” e “Ética a Nicômano”. Mas como nem tudo é perfeito, depois do estrelato surgiram as brigas e desacordos sobre direito autoral. Os dois separaram-se e partiram em carreira solo, cada um fundando a própria escola.

Os ecos das violas de Platão e Aristóteles atravessaram séculos até chegar a Santo Agostinho e a São Tomás de Aquino, na Idade Média. Como o nome já diz, foi uma época em que não se primava tanto pela qualidade da produção musical. As canções eram gravadas no interior de mosteiros ou igrejas de grandes cúpulas, o que prejudicava a acústica e resultava em produções “meia-boca”.

Uma evolução substancial na música filosófica somente foi notada após o advento do Iluminismo, no século XVII, quando as cidades européias passaram a receber energia elétrica. As primeiras guitarras elétricas ganharam fama com seus criadores, como Newton e sua Stratocaster, Descartes com o modelo acústico e Pascal, com a Gibson Le Pascal. Compositores modernos souberam aproveitar o “boom” para emplacar ótimos álbuns e canções: foi o caso do disco Leviatã, de Hobbes, e a trilogia de Immanuel Kant, “Crítica da Razão Pura”, “Crítica da Razão Prática” e “Crítica do Julgamento”.

PUNK ROCK – quando tudo parecia transcorrer na mais alta normalidade, surge um movimento de contestação dentro da música filosófica. Joseph Proudhon fundou a Anarquia, que pregava entre outras coisas o fim da propriedade intelectual sobre as composições. Karl Marx somou forças ao movimento quando lançou seu álbum de capa toda vermelha, “Manifesto do Partido Comunista”, um disco repleto de canções panfletárias e de ordem contra a sociedade capitalista que acabava de se instalar na Europa do século XIX.

Chegamos ao século XXI, e atualmente o cenário musical se vê livre de radicalismos, como o existente em séculos anteriores. Temos o niilista Nietzsche, que fundou a bossa-nova. Para ele, nada mais importa além de “um banquinho e um violão”. Sigmund Freud também seguiu por uma linha de composições mais intimistas. Ele mesmo afirmava que suas músicas são uma “viagem pelo inconsciente”. Podemos ainda citar Karl Popper, que iniciou o movimento pop; Max Horkheimer, que lançou as bases do Heavy Metal; e Adorno, que ficou de enfeite.

sábado, 5 de maio de 2007

Entrevistão com o cartunista Santiago


Eu sempre parto do pressuposto que o leitor desse blogue NÃO CONHECE as pessoas aqui destacadas. Acerto na maioria das vezes.

O fundamentalista talibã Thiago Esser (codinome de guerrilha: Khaled Al Kachofra) entrevistou Santiago, cartunista de renome nacional. Os dois bateram um papo descontraído sobre publicidade, jornalismo e humor.

Clique aqui e boa leitura!

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Nossa seita perde seu sumo pontífice

Morreu esta semana Octavio Frias de Oliveira, publisher da Folha de S. Paulo, aos 94 anos.

domingo, 29 de abril de 2007

Títulos com verbo ser/estar: o que há de errado?

Passei anos na faculdade ouvindo de todos os professores a mesma norma: "nunca usem o verbo ser/estar em títulos". Sempre sob o velho pretexto de que é recomendado pela Folha.

Outras proibições, como ponto-e-vírgula e dois-pontos, eram sempre repetidas, mas jamais questionadas.

Fui tirar as caras com o Manual: não há menção sobre uso de verbo ser/estar em títulos. Existe, sim, a interdição para os outros casos acima mencionados, "exceto em casos autorizados pela Secretaria de Redação" (p. 100)

De uns tempos para cá, li com mais atenção o noticiário da Folha e do Globo na internet. Cabe ressaltar que esse último, além de possuir um manual de redação distinto, tem um estilo jornalístico diferente do primeiro.

Pessoal, não é nada difícil encontrar verbos ser/estar ou pontos-e-vírgulas em títulos. Enquanto escrevo esse post, esbarro por alguns:

Advogado acusado de estelionato é preso em SC (G1)
Boris Ieltsin, 1º presidente pós-URSS, é enterrado em Moscou (Folha)
Tricampeão inglês, Leeds está virtualmente rebaixado para 3ª divisão (Folha)
Entregas do IR estão abaixo do esperado (G1)
Mega-Sena tem ganhador do RS; confira os resultados das loterias (Folha)

E olha que estão na capa dos sites, hein?

Acredito que, como alunos, falhamos ao aceitar quietos as normas impostas por um único manual.

Esquecemo-nos que as regras da Folha tratam de apenas uma maneira de escrever, dentre dezenas existentes. A faculdade deve fomentar o exercício de vários estilos distintos.

Ao abrirmos mão de questionar, aderimos à "unanimidade burra" colocada por Nelson Rodrigues (antes de se tornar escritor renomado, Rodrigues era jornalista e dos bons!)

Então, ao invés de acatarmos uma proibição, deveríamos questionar: quais são as exceções?

sábado, 28 de abril de 2007

Salve bugrada!

Vejam um caso de supressão de fonemas, que também pode gerar novas palavras:

Bulgaru (latim) > bugre (português)

No Latim, o termo bulgaru designava não apenas o povo búlgaro, mas queria dizer também "herege", visto que eles não aderiram à religião católica, isso na época do Império Romano.
Em Português, o termo bugre parece não ter fugido ao seu significado original: designa tanto o índio, como também serve para descrever "indivíduo desconfiado, rude, arredio, inculto".

Pobrema nosso!

Alguém aí já ouviu falar em rotacismo? É um fenômeno lingüístico em que uma consoante distinta se converte em R.

Temos exemplos clássicos na evolução dos idiomas Português e Espanhol, ambos derivados do Latim, mas que também incorporaram palavras germânicas em seu repertório:

Blank (germânico) > blanco (espanhol) > branco (português)
Obligatu (latim) > obligado (espanhol) > obrigado (português)
Platea (latim) > plaza (espanhol) > praça (português)*

* Notem aqui como o T transformou-se em C com o passar do tempo: plata/platza/plaza/plaça. No exemplo do obligatu, o T passou a D em obligatu/obligado

Claro que essa transformação leva centenas de anos para se completar. Mas podemos perceber como o rotacismo integra o processo de evolução lingüística.

Então, se por hipótese uma comunidade que falasse Português e que ficasse isolada durante séculos do contato com outros povos lusófonos, poderia desenvolver um idioma póprio! Sem pobrema argum!

O estudo da lingüística torna-nos consciente de que a língua é uma entidade viva e em constantes evolução e mutação, diferentemente da gramática, que é uma tentativa sempre defasada de apreender um idioma. Nosso erro está em pensar que a gramática define a língua falada. Mas é e sempre será o contrário.

(Post sugerido por boop)

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Quando tudo está perdido...


... sempre pode piorar.




Pois a cantora Gretchen, ícone pop dos anos 80 e musa de 10 a cada 10 marmanjos com mais de 25 anos (hoje vocês negam, né??), quer seguir os passos de seus colegas de estrelato, como Clodovil Hernandez e Frank Aguiar.

E olha que ela tem se espelhado em gente importante, como a senadora Denise Frossard (PPS/RJ): "Eu a vi falando algumas vezes e concordo com muitas coisas que ela diz. Gosto do jeito guerreiro dela".

Gretchen intitula-se "pioneira no setor retro-rebolativo", que trocando em miúdos quis dizer que inventou essa jeringonça de mostrar o bundão na televisão.

De acordo com a matéria, "O mote da campanha para a administração de Itamaracá será o desenvolvimento turístico e a geração de empregos". Alguém duvida que ela não ganhe as eleições em 2008?

Por isso é que eu digo: democracia é para os fracos. Viva o fundamentalismo!

Pensamentos edificantes - 2

Verifiquem se não é: ninguém fala mais entusiasticamente de livre-empresa e competição, de leis-de-mercado e "que vença o melhor" do que a pessoa que herdou tudo do pai. (Millôr Fernandes, em "A Bíblia do Caos)

Pensamentos edificantes - 1

A primeira vez em que um publicitário me falou em house-órgão, eu pensei que se referia ao pinto de seu pai. (Millôr Fernandes, em "A Bíblia do Caos")

'TeleSena é bingo camuflado', define STJ

Saiu no site Espaço Vital: Procuradoria da República afirma que TeleSena só enriquece empresa que a promove
Uma ação que tramita desde 1992 está no STJ e define o plano de sorteios do Grupo Silvio Santos como uma espécie de bingo camuflado. Em 15 anos foram vendidos 3,4 bilhões de cartelas em todo o Brasil, com uma arrecadação de US$ 3 bilhões.

Curioso? Vai lá.